Allianz Parque

Após a reforma do antigo Palestra Itália, o Allianz Parque se consolidou como arena multiuso, com 160 camarotes e ocupação acima de 92%. Ou seja, ainda há espaços a venda.

Em 2024, a Real Arenas, do Grupo WTorre, faturou R$ 241 milhões, tendo os camarotes como principal fonte de receita, a frente de shows e jogos.

Segundo Marcelo Frazão, vice-presidente da WTorre Entretenimento, o perfil dos clientes mudou nos últimos anos. Empresas passaram a dominar os camarotes em detrimento de pessoas físicas, valorizando o encontro presencial e o networking.

“O mercado de hospitalidade corporativa cresceu muito no período pós-pandemia. A experiência do isolamento, a multiplicação das mídias, o excesso de vida digital fazem com que o encontro e convívio presencial sejam muito valorizados pelo mercado. O perfil dos clientes de camarotes é hoje quase em sua totalidade corporativo com empresas de diversos setores”, explicou Frazão em entrevista à IstoÉ Dinheiro. 

Algumas empresas adquirem direitos de marca em áreas comuns, incluindo corredores e elevadores, caso da Motorola. Os contratos têm duração média de um ano, com possibilidade de renovação, e valores entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão por ano.

No Allianz Parque o camarote pertence ao locatário, independentemente do tipo de evento. É ele quem decide se deseja ou não utilizá-lo, e em muitos casos o espaço pode até ser comercializado para outras empresas ou convidados.

“O mercado de hospitalidade corporativa cresceu muito no período pós pandemia. A experiência do isolamento, a multiplicação das mídias, o excesso de vida digital fazem com que o encontro e convívio presencial sejam muito valorizados pelo mercado. O perfil dos clientes de camarotes é hoje quase em sua totalidade corporativo com empresas de diversos setores”, explicou Frazão em entrevista à IstoÉ Dinheiro.

“Fazemos uso de nosso espaço para relacionamento com parceiros. Nossos clientes são pessoas do universo de negócios, que para nós são muito importantes. Já fizemos até mesmo ação de levar consumidor final. Podemos usar da melhor forma possível, seguindo nossa estratégia, explica Colucci.

“Fazemos uso de nosso espaço para relacionamento com parceiros. Nossos clientes são pessoas do universo de negócios, que para nós são muito importantes. Já fizemos até mesmo ação de levar consumidor final. Podemos usar da melhor forma possível, seguindo nossa estratégia, explica Colucci.

MorumBis

O estádio do São Paulo FC se consolidou como uma das principais referências em shows e eventos corporativos no país. Todos os 84 camarotes do Morumbis estão ocupados, e há mais de 30 empresas na lista de espera. O aluguel anual parte de R$ 300 mil, e os espaços variam de 9 a 1.000 lugares.

Segundo o diretor de marketing do clube, Eduardo Toni, a demanda supera com folga a oferta, para ele, o Morumbis se transformou em uma propriedade estratégica de relacionamento corporativo, valorizada por marcas que buscam visibilidade e hospitalidade em eventos de grande porte.

Durante o contrato anual, o camarote é considerado propriedade do locatário, o que garante a quem aluga o direito de uso em jogos e grandes eventos.

Mas em shows, como o da cantora britânica Dua Lipa, em 15 de novembro —, os donos dos camarotes precisam negociar diretamente com os organizadores o custo adicional de usarem os espaços.

“O São Paulo apenas faz a ponte entre o locatário e o promotor, garantindo que aquele camarote é de fato seu e que ninguém pode comercializar ingressos referentes ao seu espaço privativo”, explica Toni.

Entre as empresas que mantêm camarote no Morumbis, um dos destaques é a Mondelez, que dispõe de um espaço para até 100 pessoas. A companhia também é responsável pelo naming rights do estádio — que deixou de se chamar apenas Morumbi e passou oficialmente a se chamar Morumbis, em referência ao icônico biscoito da marca.

Neo Química Arena

A Neo Química Arena, estádio do Corinthians inaugurado em 2014, em Itaquera, zona leste de São Paulo, mantém desde 2020 acordo de naming rights com a Hypera Pharma.

Diferente dos rivais, a arena do Corinthians é quase totalmente dedicada ao futebol, com 92 camarotes corporativos, mas também tem recebido uma crescente procura de marcas e eventos.

O aluguel varia de R$ 400 mil a R$ 700 mil por ano, e os contratos geralmente duram uma temporada, com algumas exceções de períodos mais longos. Em eventos como a NFL, a administração dos camarotes passa para o organizador, que comercializa os ingressos separadamente.

Nos três estádios, os contratos costumam ser anuais, com possibilidade de renovação.

Camarotes para um único jogo

Além dos camarotes tradicionais e dos espaços voltados ao relacionamento corporativo, o setor tem se reinventado com novos modelos de negócios. Um dos mais recentes é o modelo Revenue Share — também conhecido como “Camarote Festa” — que foca na venda de experiências premium.

À frente desse formato está Leo Rizzo, conhecido como o “Rei dos Camarotes” e fundador da Soccer Hospitality, empresa que atualmente administra dez espaços em estádios e eventos culturais em todo o país.

Atualmente, a Soccer Hospitality fatura mais de R$ 30 milhões por ano e gera receita adicional para os clubes em que a empresa possui camarotes.

O modelo funciona em parceria com os clubes ou administradores das arenas. “Se um camarote festa vende R$ 200 mil em ingressos para um único jogo, uma porcentagem — geralmente entre 10% e 15% — é repassada ao clube ou à arena”, explica Rizzo. “O sucesso do camarote é também o sucesso do clube.”