Governo Lula alega ‘obsolescência’ e demite 800 no Serpro

Ministro Fernando Haddad, em reunião recente com o presidente do Serpro, Alexandre Amorim. (Foto: Reprodução/Facebook/Serpro)

Medida atinge todas as pessoas que ocupam cargo de auxiliar, sem estabilidade, no órgão subordinado a Haddad

Davi Soares –

Em decisão tomada no fim da tarde desta segunda-feira (13) pela da Diretoria Executiva do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o governo do presidente Lula (PT) decidiu demitir cerca de 800 trabalhadores sem estabilidade que ocupam o cardo de auxiliar da empresa pública subordinada ao Ministério da Fazenda, no próximo mês de novembro. A medida considerada autoritária irritou a base sindical da categoria, que prometeu não aceitar calada essas demissões, sob a alegação de “obsolescência” do cargo, considerado “em extinção” desde 2011.

“Nem no governo privatista anterior tiveram a coragem de fazer demissões em massa, não aceitaremos que isso aconteça neste governo!”, reagiu o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no estado do Rio Grande do Sul (Sindppd/RS). “Vai ter luta!”, reforçou.

A reação é explicada pelo fato de a surpresa ter se transformado em desespero e revolta desses trabalhadores, diante de uma contraditória postura de etarismo no governo de esquerda, em um órgão ligado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidido por Alexandre Amorim.

Como assim, ‘obsoletos’?

Ao alertar que haverá reunião nesta terça entre sindicatos estaduais e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares (Fenadados), o Sindppd/RS estranhou que somente ontem a direção do Serpro tenha resolvido cumprir decisão de 2011 de colocar o cargo de auxiliar “em extinção”.

A medida foi considerada pelo sindicato gaúcho da categoria como “autoritária, discriminatória e abusiva”, por demitir pessoas trabalhadoras que haviam “sobrado” dos cortes de 2011, num total de aproximadamente 6 mil no país.

“O Sindppd/RS manifesta seu repúdio à decisão arbitrária e inaceitável da diretoria do Serpro e se solidariza com todos os colegas. A maioria dos auxiliares demitidos são mulheres numa faixa etária considerada ‘obsoleta’ para o mercado de trabalho. Essa decisão não condiz com as notas que a empresa vem divulgando de respeito à diversidade, contra o etarismo e outras balelas”, reagiu o sindicato.

Trabalhadoras e trabalhadores foram conclamados a promover uma grande união para enfrentar a medida que coloca, em risco, a dignidade de centenas dos colegas. E o Sindicato e a Fenadados programam para breve uma assembleia para organizar as reações contra essas demissões, e pede o apoio e da participação da categoria.

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