Um caderno com nomes de fiéis, quadros de metas e até a expressão “Pix da Vitória” estampada em anotações internas revelam o funcionamento do esquema desarticulado nesta quarta-feira (24/9), em Niterói, no Rio de Janeiro.
A ação ocorreu durante a Operação Blasfêmia, da Polícia Civil e do Ministério Público.
O líder do grupo é apontado como Luiz Henrique Santini (foto em destaque), que se apresentava como pastor e ligado à Igreja Casa dos Milagres.
De acordo com a investigação a organização criminosa mantinha um call center religioso no Centro da cidade, onde dezenas de pessoas eram contratadas por anúncios em plataformas online. Os funcionários tinham metas de arrecadação e, eram demitidos em caso de não cumprimento.
Os atendentes, sem qualquer vínculo com a igreja, eram treinados para se passar pelo pastor de uma instituição de São Gonçalo, usando áudios previamente gravados com promessas de milagres, curas e bênçãos.
Cada transferência Pix feita por fiéis era registrada como um passo rumo à “vitória”. O pagamento liberava o envio de uma oração padronizada pelo WhatsApp.
Um “caderno de oração” também foi apreendido. Nele, estavam listados os nomes das pessoas que haviam transferido valores, variando de R$ 20 a R$ 1,5 mil, conforme o tipo de bênção prometida.
A polícia identificou que a central chegou a empregar 42 pessoas simultaneamente, todas simulando ser o pastor em atendimentos virtuais. Os funcionários eram remunerados por comissões proporcionais às arrecadações semanais e sofriam pressão com metas rígidas.
Para dar vazão às quantias arrecadadas, que superaram R$ 3 milhões em dois anos, a quadrilha utilizava uma rede de contas bancárias em nome de laranjas.
Com informações: Metrópoles