Comandante da Marinha nega ordem para mobilizar tropas em suposto golpe

Comandante foi ouvido como testemunha de Almir Garnier. (Foto: Reprodução YouTube marinha do Brasil).

Olsen diz ao STF que não recebeu ordem para golpe e destaca distanciamento de Garnier

Pedro Taquari –

O atual comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, afirmou nesta sexta-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não recebeu qualquer ordem de seu antecessor, almirante Almir Garnier, para mobilizar tropas com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Olsen depôs como testemunha de defesa de Garnier na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado no final de 2022.

“Não recebi qualquer determinação nesse sentido”, declarou Olsen ao ser questionado se havia recebido ordens para empregar tropas com fins golpistas. Em 2022, Olsen ocupava o cargo de comandante de Operações Navais, subordinado diretamente ao comandante da Marinha.

O almirante também comentou sobre a ausência de cerimônia de transmissão de cargo entre ele e Garnier, considerada inédita na Marinha. “Ao que eu tenho notícia, não há registro de ausência do comandante que passou (o cargo) em ocasiões anteriores”, disse, atribuindo a ausência de um possível “foro íntimo” de Garnier.

A defesa de Garnier busca demonstrar que não houve ordens explícitas para mobilização de tropas com fins golpistas. No entanto, depoimentos anteriores, como o do ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior, indicam que Garnier teria colocado as tropas da Marinha à disposição do então presidente Jair Bolsonaro caso ele decidisse implementar medidas de exceção para se manter no poder.

O caso continua em análise no STF, com a expectativa de novos depoimentos e desdobramentos nas próximas semanas.

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