Padre afirma que tinha receio de prejudicar a própria imagem e a de sua associação religiosa caso os conteúdos encontrados pelo hacker fossem divulgados.
As investigações que apuram lavagem de dinheiro envolvendo o padre Robson de Oliveira Pereira começaram depois que o pároco foi vítima de extorsão. Um dos responsáveis pelo episódio, que aconteceu em 2017, é um hacker que mantinha relacionamento amoroso com o padre Robson, apontam documentos da Justiça. As informações são do G1.
De acordo com o juiz Ricardo Prata, o hacker que mantinha um romance com o padre Robson seria Welton Ferreira Nunes Júnior. Ele e mais quatro envolvidos na invasão dos celulares e dos e-mails do padre foram condenados.
“Observa-se que os acusados foram responsáveis por transmitir as ameaças à pessoa da vítima [Robson], por meio de mensagens em aplicativos e e-mails. Nessas, disseram os acusados que a vítima possuiria relacionamento amoroso com diversas pessoas, inclusive com o próprio Welton”, revela documento referente à investigação do caso.
Os chantagistas teriam intimidado padre Robson, fazendo com que ele efetuasse pagamentos para que os conteúdos encontrados não fossem divulgados para a imprensa ou para o Vaticano.Um desses valores levantou suspeitas por parte do Ministério Público e foi a partir desse ponto que começaram as investigações dos gastos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entidade presidida pelo padre.
Padre Robson – Trindade (GO)
Ao todo, em troca do arquivamento das mídias, padre Robson pagou R$ 2,9 milhões para os chantagistas com dinheiro da Afipe. O pároco afirma que ele tinha receio de prejudicar a própria imagem e a Afipe caso os conteúdos encontrados pelo hacker fossem divulgados.
Além disso, os promotores apuram se R$ 120 milhões doados por fiéis à Afipe foram utilizados por padre Robson para comprar uma casa na praia, fazendas e outros itens.
Robson ficou famoso por celebrar missas na TV e por ser líder da Basílica do Pai Eterno, em Trindade.