Embaixada brasileira é alvejada a tiros em golpe (de verdade) em Benin

(Foto: Reprodução RT | Acevo DP)

Forças Armadas, leais ao presidente Patrice Talon, conteve o levante e prendeu 14 militares

Luan Carlos –

A Embaixada do Brasil em Benin, África, foi atingida neste domingo (7) por disparos de arma de fogo após confronto político ocasionado por tentativa de golpe militar de verdade, com militares tomando meios de comunicaçãio e tentando derrubar o regime do presidente Patrice Talon, no poder há 9 anos. As Forças Armadas anunciaram haverem frustrado a tentativa de golpe de Estado.

O confronto foi interceptado por militares aliados do presidente Patrice Talon contra rebeldes que queriam praticar o ato inconstitucional. O ministro do Interior, Alassane Seidou, relatou que o feito rebelde partiu de um pequeno grupo de militares.

“Nas primeiras horas de domingo, 7 de dezembro de 2025, um pequeno grupo de soldados iniciou um motim com o objetivo de desestabilizar o Estado e suas instituições”, disse Seidou. “Diante da situação, as Forças Armadas do Benim e sua liderança, fiéis ao juramento, permaneceram comprometidas com a República”.

Um pequeno grupo de militares foi à rede de televisão nacional anunciar que um comitê liderado pelo coronel Pascal Tigri assumiu o poder, dissolvendo instituições, suspendendo a Constituição e fechando fronteiras aéreas, marítimas e terrestres.

No anúncio, os rebeldes destacaram que se comprometeriam a “dar esperança de uma nova era ao povo beninense”.

Os tiros também foram ouvidos próximos à residência de Patrice Talon. Ainda não há informações sobre o estado do presidente. Talon estava no poder desde 2016 e anunciou que vai deixar o cargo em abril, após a eleição presidencial.

A União Africana disse que condena “fortemente” a tentativa de golpe.

Situação política de Benin

O ex-ministro das Finanças Romuald Wadagni, nome apoiado pelo partido do presidente Talon, era apontado como principal favorito na disputa.
Enquanto isso, o opositor Renaud Agbodjo acabou excluído pela comissão eleitoral, que justificou a decisão afirmando que ele não apresentou o número necessário de patrocinadores.

Em janeiro, dois aliados próximos de Talon foram condenados sob a acusação de planejar uma tentativa de golpe em 2024. Já no mês passado, o Parlamento aprovou a ampliação do mandato presidencial — que passou de cinco para sete anos —, mantendo, porém, o limite de duas gestões consecutivas.

A opção de Talon por deixar o poder ao fim de seus dois mandatos chama atenção, sobretudo em um contexto em que países da África Ocidental e Central enfrentam crescente desgaste democrático.

O episódio mais recente de instabilidade se soma a uma série de golpes na região. Na semana anterior, militares depuseram o então presidente da Guiné-Bissau, Umaro Embaló, após uma eleição contestada em que tanto ele quanto o opositor reivindicaram a vitória. Esse foi o nono golpe registrado na África Ocidental desde 2020.

Diário do Poder entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores para receber mais atualizações sobre o caso e aguarda o retorno.

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