Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli. (Foto: Reprodução/Instagram/Acervo Pessoal).
Verbas de agência federal, com Capelli, foram de R$398 mil a R$9,6 milhões
Mael Vale –
O Movimento Democrático Brasileiro do Distrito Federal (MDB-DF) encaminhou ao Ministério Público Federal (MPF) uma notícia de fato pedindo a apuração de denúncias envolvendo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli (PSB).
O político é acusado de utilizar a estrutura da agência, que é ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para fins pessoais e eleitorais.
Conforme o documento, assinado pelos advogados Bruno Rangel e Juan Nogueira, a agência registrou um aumento expressivo nos gastos com publicidade desde a chegada de Cappelli à presidência da ABDI. Em 2022, os gastos foram de R$398.717,19; em 2024, saltaram para R$ 4.452.320,85; e, até outubro de 2025, já chegavam a R$ 9.655.834,09.
Segundo as informações, uma sala no Edifício Ariston teria sido usada para produzir conteúdos de campanha, interagir com eleitores nas redes sociais e atacar adversários políticos.
O espaço seria coordenado por Bruno Trezena, gerente de marketing da ABDI, e funcionaria de maneira paralela à comunicação oficial da agência, o que, se confirmado, pode caracterizar campanha eleitoral antecipada e uso indevido de recursos públicos.
Senadora Damares pede explicações ao Ministério de Alckmin
As suspeitas também chegaram ao Senado. A senadora Damares Alves (Rep-DF) protocolou, na última sexta-feira (14), um requerimento oficial direcionado ao Ministério do Desenvolvimento, chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
A parlamentar pede esclarecimentos sobre a denúncia e quer saber se há investigação interna em andamento.
cópia dos contratos de publicidade firmados pela ABDI nos últimos 24 meses;
informações completas sobre o orçamento de comunicação da agência e sua execução;
detalhes sobre eventuais normativos internos destinados a coibir uso político da estrutura pública.
A senadora lembrou que o uso de órgãos públicos para fins eleitorais é proibido por lei e pode resultar em processos administrativos e criminais por improbidade.
O ministro Geraldo Alckmin terá até 30 dias para responder o requerimento.