Apontado como líder do CV, Antônio de Jesus Cabral, de 40 anos, chefiava quadrilha de hackers especializada em fraudes em concursos públicos
Escapou de megaoperação
Após ser preso na capital paulista, já na delegacia, os agentes levantaram a suspeita de que Cabral tenha saído de uma das regiões alvo da megaoperação, como a Penha ou o Alemão, conforme apurou a reportagem.
Inicialmente, foi noticiado que informações sobre a megaoperação teriam vazado antes da incursão policial, facilitando a fuga de alvos para outras regiões do território fluminense e outros estados. O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, no entanto, negou de forma categórica o vazamento
O Metrópoles questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) se a Polícia Civil de São Paulo investiga uma possível fuga de faccionados do CV para o território paulista, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Líder do CV
Segundo a Polícia Civil, Cabral é um líder do CV, além de chefiar uma quadrilha de hackers especializada em fraudes em concursos públicos.
Em 27 de julho de 2022, a 1ª Vara Criminal de Niterói do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) expediu um mandado de prisão em desfavor de Cabral, com validade de 20 anos, por associação criminosa, violação de direitos autorais e lavagem de dinheiro.
Vídeo mostra momento da prisão
Cabral andava pela Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, na tarde dessa quinta-feira, quando foi reconhecido pelas câmeras do programa Smart Sampa. Agentes da Inspetoria de Operações Especiais (IOPE) que patrulhavam as proximidades do Mercado Municipal foram acionados e abordaram o criminoso.
Um vídeo mostra o momento em que o faccionado é capturado pelos agentes. Veja:

O advogado Erlande Nunes, que faz a defesa de Cabral, afirmou ao Metrópoles que o investigado não tem qualquer envolvimento com o crime organizado. Ele afirmou ainda que a prisão é fruto de uma possível inconsistência documental entre sistemas judiciais, e que se trata de uma manobra política da Prefeitura de São Paulo para promover o programa de reconhecimento facial utilizado no município.