Entre os mortos na megaoperação, há dois policiais. Governador Cláudio Castro diz que esta é a maior operação contra o CV no Rio
Até o momento, foram confirmadas 81 prisões e 52 óbitos — destes, 20 são suspeitos de crimes e dois são policiais civis.






O policial civil Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido entre colegas como Máskara, foi baleado e morto durante a megaoperação. Ele era chefe da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita) e estava entre os 2,5 mil agentes mobilizados na ação, que buscava conter o avanço territorial do Comando Vermelho e prender chefes do tráfico do Rio e de outros estados.

Durante a entrevista, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, classificou a operação como a maior já realizada no Rio de Janeiro e destacou que a ação foi planejada para ocorrer em áreas de mata, longe das comunidades, priorizando a segurança da população.
As autoridades confirmaram que, em retaliação à megaoperação, traficantes do CV lançaram bombas com drones contra policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil do RJ.
Prisão de líder
Enquanto a coletiva de imprensa era realizada, o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, recebeu a informação de que o traficante Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quintugo”, foi preso durante a operação.






O criminoso é chefe do Morro do Quitungo, também na Penha, e responde por uma série de ações criminosas ligadas a tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com quadrilhas rivais.
Participaram da coletiva também os secretários da Segurança Pública do Rio, Victor dos Santos, e da Polícia Militar, Marcelo de Menezes.
A ação foi deflagrada para cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes que atuam no Complexo da Penha. A ação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core/PCERJ) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMERJ).
Ao todo, o Gaeco (MPRJ) denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, e três homens também foram denunciados por tortura.
De acordo com o Ministério Público, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, o complexo de favelas se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá.
O denunciado Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento — algumas recentemente conquistadas pela milícia.
Segundo a denúncia, também exercem liderança na associação criminosa Pedro Paulo Guedes, conhecido como Pedro Bala; Carlos Costa Neves, o Gadernal; e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão. Eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, determinam as escalas dos criminosos nas bocas de fumo e nos pontos de monitoramento, e ordenam a execução de indivíduos que contrariem seus interesses.