Governo põe FGV sob suspeita como tática para reiterar calote

Usina São João.

Réu em ação de usina na 8ª Vara Federal do Rio, governo age de forma arbitrária e inconsequente, diz especialista

RedaçãoRedação

Em nova jogada para justificar calote de dívidas cujo pagamento vem sendo postergado há mais de 35 anos, o governo federal resolveu agora ofender a reputação dos técnicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). que realizaram os cálculos dos valores de indenizações devidas pela União a produtores de açúcar e álcool fortemente prejudicados, ao longo de anos, pela política de regulação e controle de preços que obrigou as empresas a operaram no vermelho, acumulando prejuízos bilionários.

Por meio de dois “assistentes técnicos”, Adriano Ricardo Baessa e Maria da Conceição de Souza Macedo, o governo fez solicitação ao juiz da 8º Vara Federal do Rio de Janeiro que insulta a tradicional e insuspeita FGV, e seus servidores que examinaram esses cálculos, muitos deles já aposentados ou falecidos, sem direito de defesa. A dupla pediu para “investigar” a própria FGV “por burlar seus próprios resultados para beneficiar quem mais tarde se tornaria seu próprio financiador: setor sucroalcooleiro”.

A União é ré na 8º Vara Federal do Rio de Janeiro em ação movida pela Usina São João S/A, de Campos dos Goytacazes (RJ), onde o ataque do governo à reputação da FGV e seus servidores foi perpetrado.

Especialista de verdade no assunto, Celso Roberto Dias Mendes manifestou-se indignado com a alegação que considera tão mentirosa quanto “arbitrária, inconsequente, desesperada e sem qualquer embasamento jurídico”, dos prepostos do governo Lula (PT).

Celso Mendes é diretor-presidente da CRDM, empresa especializada e criador do sistema que serviu de base em todos os processos do gênero no País, com participação mais de cem processos). Ele é assistente técnico da Usina São João na ação que tramita na 8ª Vara Federal.

Ele lamenta que o governo se utilize desse expediente “para tentar rediscutir o mérito processual fazendo acusações absurdas unicamente com o objetivo de dar o calote em um setor inteiro que busca a indenização devida numa epopeia judicial que dura mais de 35 anos.”

A jogada malandra do governo é atacar o mérito de uma ação já transitada em julgado, imputando suposto crime aos levantamentos dos custos da FGV em contrato que manteve com o IAA entre 1974 e 2002.

Na opinião do especialista, deveriam ser investigados os advogados da União e assistentes técnicos que tentam tumultuar o andamento processual sem nenhum embasamento técnico ou jurídico.

“Não apresentam cálculos, não apontam metodologia, confundem termos básicos como prejuízo econômico e prejuízo contábil, não admitem sequer que o setor era regulado, não entendem como funciona a mecânica de produção do setor, muito menos leram os levantamentos da FGV, e pior: nunca leram a própria lei 4.870 que foi o pressuposto da ação”, dispara Mendes.

“Cabe lembrar um aspecto importantíssimo que refuta qualquer argumento da União: os contratos foram feitos entre o IAA e a FGV e sem participação ou interveniências dos empresários do setor”, afirma Celso Mendes.

“Por isso o Brasil prossegue sendo instável, uma república de ‘bananas’, pois o Judiciário por meio de seus atores, as instituições, não busca o ideal de Justiça e sim a perpetuidade do sofrimento.”

O diretor-presidente da CRDM foi orientado em sua trajetória por Candido Toledo, professor do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) centro de excelência formador dos melhores talentos brasileiros, um dos mentores do Proalcool e criador das fórmulas que calculam, a partir de um saco de 50kg açúcar cristal standard e de uma tonelada de nana, na esteira, todos os derivados com mel rico, açúcar demerara, álcool anidro e hidrato etc.. Também atuou e foi orientado por Celson Afonso de Oliveira Mendes, que auxiliou igualmente Candido Toledo nas fórmulas, que também dos mentores do Proalcool e diretor-presidente da Companhia Brasileira de Destilarias (CBD), na qual fez 80% dos projetos econômicos das destilarias implantadas no país. Celson de Oliveora Mendes também participou das discussões que resultaram na aprovação da Lei 4870/675, de autoria do então deputado federal Roberto Campos.

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