O juiz de uma Vara da Família de São Paulo fez diversas declarações misóginas (Misoginia é o ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres ou meninas – discriminatório), durante uma audiência on-line referente a um processo de pensão alimentícia, guarda e direito de visita.
O caso foi revelado por Mariana Kotscho, no Papo de Mãe, que teve acesso aos vídeos da audiência.
O magistrado, que não teve a sua identidade revelada por se tratar de audiência em segredo de Justiça, minimiza os casos de violência doméstica já sofridos pela mulher e desdenha a Lei Maria da Penha.
“Vamos devagar com o andor que o santo é de barro. Se tem lei Maria da Penha contra a mãe eu não tô nem aí. Uma coisa eu aprendi na vida de juiz: ninguém agride ninguém de graça”, disse o juiz em um dos trechos da audiência, que durou cerca de três horas.
O magistrado chega a ameaçar a mulher em relação à guarda dos filhos e sugere que o casal deva reatar “pela família”, ignorando que ela é vítima do ex-companheiro em um inquérito de violência doméstica. Por duas vezes, a mulher precisou de medida protetiva contra ele.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE – GARANTA SEU BOLÃO PELO TELEFONE (WHATSAPP) 67 9 9988-1885
“Qualquer coisinha vira lei Maria da Penha. É muito chato também, entende? Depõe muito contra quem… eu já tirei guarda de mãe, e sem o menor constrangimento, que cerceou acesso de pai. Já tirei e posso fazer de novo”, afirma.
“Ele pode ser um figo podre, mas foi uma escolha sua e você não tem mais 12 anos”, disse em outro trecho, mais uma vez culpando a vítima pelas agressões sofridas.
Além do juiz, participavam da audiência um promotor de justiça, que permaneceu calado a maior parte do tempo, o ex-casal e duas advogadas.
A defesa da mulher acionou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o juiz em questão será representado junto aos órgãos competentes. Entende-se que houve violação de prerrogativas e desrespeito com as partes, com as advogadas e com a Lei Maria da Penha.
Com informações: Revistaforum